segunda-feira, 31 de outubro de 2011


comunidades guarani reunidos na casa de reza, para celebrar orações.



 
crianças guarani juntamente com os educadores conhecendo as plantas medicinais.


educadora fabiana e laura, juntamente com as crianças caminhando pela mata.





educadora Geni açando milho verde para as crianças guarani.


 armandilha (mondé)




comida típica guarani, (mbeju) que é feito de milho.





o educador Pedro brincando com as crianças,

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

EDUCAÇÃO INDÍGENA NO CECI

   O CECI, Centro de Educação e Cultura Indigena,  para nós Guarani, foi uma conquista muito importante, pois nos garante o direito à educação. Por isso consideramos este espaço indispensável, o nosso ensino é diferenciado, INDÍGENA,  mas tem na proposta pedagógica garantido o respeito a cultura Guarani. Atuamos com a transmissão de conhecimentos, na lingua Guarani tendo como principio básico que a criança aprende aquilo que vive. Fazemos uso do espaço externo e interno na Tekoá pois esta relação é muito significativa para os povos tradicionais. Algumas atividades para maior compreendimento da proposta, são desenvolvidas nos espaços externos, já outros tem a necessidade de serem em sala de aula e nos espaços no CECI.
Neste espaço ensinamos e também aprendemos com a criança que transmite para nós um tipo de conhecimento diferenciado do nosso, visto que eles estão inseridos no mundo das tecnologias e mesmo com pouca idade, sabem manusear alguns aparelhos.
As crianças têm sensibilidade! As mesmas são capazes de identificar fatos que os adultos não conseguem perceber, muitas vezes por conta da correria do dia a dia, outras pelas questões ambientais.
Consideramos que todo o espaço da aldeia, são formas de construir aprendizagem. Aprendemos com os mais velhos, nas rodas de conversas, junto com as crianças. A maior riqueza que herdamos dos nossos antepassados é a lingua Guarani. Através deste patrimomônio preservamos o nhanderekó onde podemos valorizar as brincadeiras , danças, cantos, comidas, entre outros costumes do nosso povo preservados a partir do conhecimento de nossos nossos antepassados
Somos um povo que preserva, respeita, ama  a nossa cultura Nhanderu e as criaturas da natureza, por isso, todos os dias como atividade pedagógica levamos as crianças para OPY (casa de reza), e neste espaço elas cantam e dançam, ao som da rabeca e violino.
Também temos o privilegio do espaço do OO Jere (centro de cultura), onde desenvolvemos reuniões, danças, brincadeiras, sempre que consideramos necessário para as crianças.
   O parque Estadual do Jaraguá fica próximo da aldeia, sempre levamos as crianças para atividades ambientais na mata, para que elas aprendam o pouco meio natural que ainda nos resta. Neste espaço elas observam as plantas, as árvores, depois das atividades ficam brincando livremente.
De volta ao CECI elas fazem o registro do que viram, neste caso, os espaços são produtores de conhecimentos, a escola é o espaço onde registramos nossas histórias, onde as crianças fazem desenhos livres, é um lugar propício para atividades teóricas e práticas. Existem saberes que devido o pouco espaço para serem desenvolvidos apenas falamos na teoria, por meio de livros e vídeos.
Desde sua inauguração em 2004, muitos avanços aconteceram, crianças e adultos satisfeitos, a escola hoje atende diretamente cerca de 125 crianças de até seis anos, além das demais crianças do Tekoá. Contamos com uma boa infraestrutura e funcionários comprometidos.
  O CECI é diferenciado, mas é uma escola de âmbito municipal, todos os direitos e deveres que as escolas juruá tem, aqui também é garantido, partindo do principio da Lei de Diretrizes e Bases, onde versa que a educação é para todos, para nós Guarani não deve ser diferente.
Nossa escola é composta pelo quadro de funcionários:

• 9 Educadores
• 1 Coordenador Cultural
• 1 Coordenador Educacional
• 1 auxiliar  escolar
• 1 auxiliar de informática
• 2 Coordenadoras Pedagógica
• 1 Coordenador administrativo
• 4 auxiliar de cozinha
• 2 agentes de limpeza
• 4 vigias

   Assim é a nossa escola, respeitando a sabedoria dos mais velhos e abertos a novos conhecimentos como forma intercultural, não desprezamos o saber do outro, também é importante para nós, mas como complemento, pois para fortalecimento da nossa cultura é preciso que as crianças aprendam em primeiro plano nossa sabedoria, e com isso fortaleçam o nhanderekó.